sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES DA OCT EM 2008.

...A gente se reuniu para fazer um som...
Desde os tempos mais primitivos, longe ainda da escrita, encontramos registros de homens que se encontravam para fazer um som.
Muito antes de o hominídeo ter lascado uma pedra (a fim de transforma-la numa ferramenta mais prática), aos homo sapiens, que se estendem aos nossos dias, animais, aves e répteis identificavam-se pelos sons.
Foi exatamente pela identificação dos sons, que cada coisa na natureza, cada espécie se manifestou, deu-se a conhecer, e se comunicaram pelos sons.
...Mergulhando um pouquinho na história do tempo...
...Os deuses, reunidos no Olimpo, paravam e se extasiavam ao ouvir as musas e suas melodias divinas...
...Orangotangos (palavras da língua malaia que, juntas, significam "velho da floresta") encontravam-se e faziam seu som: vozes potentes e estrondosas que anunciavam as tempestades e furacãos.
...Escravos do Faraó, no Egito, às escondidas, já se encontravam para fazer um som – seus clamores, lamentações e preces tornaram-se conteúdos que subsidiaram religiões até aos nossos dias.
...Sumérios, Acádios, Sírios, Helênicos, Indianos, Chineses, Persas, Romanos, Incas, Maias, Tupis, Brasileiros, e todos que eu não conseguiria citar, continuamos até nossos dias, a nos encontrar para fazer um som.
... nascido na cultura popular e na criatividade das comunidades negras (proximidades de Nova Orleans, por volta do século XX), o jazz comovia corações e proporcionava aos negros um de seus espaços de desenvolvimento mais importantes, e então eles se encontravam-se para fazer um som.
...Por todos os lugares longínquos do Planeta, desde sempre homens e demais viventes encontravam-se e faziam um som.
O “Presente de Grego” – primeiro evento da cooperativa de bandas “Operação Cavalo de Tróia” foi esse encontro, essa celebração do abração, esse espaço para o riso, reunião de sonoridades, troca de idéias, mutirão para a paz, ajuda mútua, integração das diferenças, louvor à vida, exaltação da arte, enfim, como diz a canção do Pleyades: “vozes ultrapassam linha de luzes, vozes não são vozes, passam limites... (‘Ponteiro do Relógio’).
A magia que perpassou desde sempre, continua viva, e no “Presente de Grego” não foi feito nada extraordinário a não ser simplesmente, encontrar-se e fazer um som...(
IMPRESSÕES DO “PRESENTE DE GREGO” de João Santana)


Os caras do Mão-Dupla...

Qual forma seria a mais adequada para iniciar um relatório anual de atividades? Depois de muito pensarmos, chegamos à conclusão: o texto de João Santana, filósofo, músico do Mão-Dupla, que hoje está em São Paulo, mas que nos primeiros meses da OCT, esteve constantemente presente, e o texto, entre vários, em nossa avaliação, foi o que melhor captou o sentimento que corria entre todos nós, que estávamos ligados física e virtualmente, em ‘redes’, e apesar de tudo que falávamos ou que falavam, “apenas nos reuníamos para fazer um som”. Embora o texto ultrapasse um pouco os padrões de uma epigrafe, em tamanho, fizemos questão de colocá-lo na íntegra, tanto pela genialidade de sua composição, mas também por expressar essa “simplicidade” que por trás de tudo, era o que queríamos dizer, quando em nossos títulos dizíamos “Faça você mesmo”, quando questionávamos “O que acontece quando a classe artística está organizada?”, entre outros. Enfim, começamos a nos reunir em 2007, atravessamos o ano de 2008 (vocês verão como foi nesse relatório), e aqui estamos, em janeiro de 2009, com uma equipe renovada, e com muita vitalidade para mais um ano.

E quanto ao relatório? Bem, o publicaremos em quatro partes, dividindo o ano por trimestres. Assim, a primeira ‘jornada’ ser dará nos meses de janeiro, fevereiro e março; a segunda nos meses de abril, maio e junho; a terceira nos meses de Julho, Agosto e Setembro; e a última, nos meses de Outubro, Novembro e Dezembro. A publicação das ‘jornadas’ será da seguinte forma: hoje a parte 1, sexta a parte 2, sábado a parte 3 e no domingo, a última parte. A autoria coube a mim, Bruno Rodriguês, e a revisão da ortográfica e do conteúdo, a toda a organização. ADVERTÊNCIA: não esperem encontrar nesse relatório a totalidade do que aconteceu na Cena Rock Cuiabana em 2008, pois é um relatório de atividades da OCT, e, por conseguinte, no que a mesma esteve envolvida, ou com quem se envolveu. Se por acaso algum internauta sentir a “falta” de alguma atividade que aconteceu em 2008, não se assuste, pois não é por mera coincidência - não somos nós que queremos “abraçar o mundo”... No mais, sejam bem vindos ao Túnel do Tempo...


Os primeiros rascunhos...

JORNADA 1: Janeiro, Fevereiro e Março de 2008.

O ano de 2008 começou para OCT sob um clima de grandes expectativas, afinal, os dois últimos meses de 2007, aos quais nos constituímos, foram de intensos debates e reflexões sobre qual “meio” deveríamos construir, que entre os vários pontos que elencamos, deveria avançar em relação àquilo que desprezávamos enquanto artistas – o “jabá” (pagar para tocar). Na ocasião também elaborávamos vários projetos e pensávamos em atividades que poderíamos desenvolver: era uma fusão bem rica e interessante das idéias ‘experientes’ de alguns membros do grupo, na ocasião, com a jovialidade de outros. O engraçado de todo esse período é que enquanto íamos nos constituindo e tomando forma, outras “organizações” da cidade, também iam nos caracterizando como “anti-isso” ou “anti-aquilo”, quando no máximo que havia, era a estranha coincidência da reunião de antigos desafetos de ‘personagens’ conhecidos... Para além das fantasias “fanáticas” de alguns, de real mesmo, o que restava era só indiferença, e neste clima, surgiu a idéia de organizações um “pré-evento”, antes do lançamento oficial, cujo nome não poderia ser outro senão “Presente de Grego”, já que o “Cavalo de Tróia” na mitologia grega é justamente isso – se bem que para alguns, a “carapuça” serviu...



O mês de janeiro, no geral, foi o mês da estruturação virtual (blog, My Space e Flickr). Também, o momento em que a OCT, que nascia efetivamente, começava a ganhar as manchetes em jornais da baixada cuiabana, como no Correio Varzeagrandense. Várias reuniões se deram naquele mês, e na última semana, enfim, o “Presente de Grego”, no Cavernas Bar, com a casa lotada, e shows das bandas Big Trip, Zortin, Angústia, High School e Pleyades. Ao fim do evento, todos saíamos com a sensação de termos dado um grande desabafo, com nossas próprias pernas e braços. Era um início.

"PRESENTE DE GREGO" por Protásio de Morais:


VIDEO PRESENTE DE GREGO:


Entramos no segundo mês do ano em clima de entusiasmo, e um projeto que discutimos nas primeiras reuniões da OCT, aconteceu na prática: o “Intervalo OCT”, no dia 15/2, com High School, e dia 29/2 com Strauss, no Colégio Máster. Tal atividade rendeu um bom material fotográfico, tanto para cooperativa, como para as bandas, além de uma boa divulgação, tudo bem relatado em nossos arquivos do mês de fevereiro. E no blog OCT, que já estava a todo gás, novidades era o que não faltava, como os “ensaios filosóficos” de João Santana, ou as pequenas aulas de teoria musical, escritas por Antonio Carlos (Tiasques).

Ensaio de João Santana: "O cérebro e os sons"


Antonio Carlos: "Escalas Exóticas"


O mês ainda corria, e a OCT já se sentia preparada para lançar-se oficialmente, agora sim, enquanto organização cultural, e programou: dia 29 de Março. Muitas foram as atividades que ocorreram no mês de março antes do lançamento, que deram um grande impulso para o dia 29/3, como os “Intervalos” da OCT no Colégio Master, com a banda Partenza (28/3) e Vênus de Milo, no Colégio Heliodoro, dia 13/3. No meio do mês de março, ainda houve o “Rock Parque” (14/3), no Centro Comunitário do bairro, com as bandas Vênus de Milo, Menorah, Pé-Rachado e os Porras Lokas e Malleus Malleficarum (com ex-integrantes da antiga Lord Crossroad). Enfim, foi um mês de extremamente movimentado, e que fazia com que a OCT entrasse com pé-direito no cenário.

INTERVALO OCT: HIGH SCHOOL, 15/2


Quanto ao lançamento, este ocorreu no Silva Freire, na parte interna, e contou com os shows das bandas Hilayama, Partenza, Raiva em Paz, Pleyades, Vitrolas Polifônicas e Zortin. Um público bem considerável compareceu, e tudo se deu em um clima de festa – assim como no “Presente de Grego”, todos saíram satisfeitos (bandas e público). A atividade rendeu muitas fotos, vídeo e uma grande publicidade, via-net, mas dessa vez, também via panfleto (foram distribuídos mais de 2000 panfletos).

VIDEO LANÇAMENTO DE LANÇAMENTO DA OCT (29/3):



CARTAZ DO LANÇAMENTO 1:


CARTAZ 2:


MAIS FOTOS:








No fim dessa primeira jornada – 1° Trimestre de 2008 – todas as metas que foram traçadas nas reuniões iniciais da OCT, foram concretizadas com êxito, era inegável. As bandas cavalo-troianas eram muito mais divulgadas do que antes, e ficava evidente o nascimento de um novo “meio” – alguns o chamavam de ALTERNATIVA, outros, o amaldiçoavam dizendo que não duraria “cinco meses”, mas mesmo com torcidas contrários e outras favoráveis, seguimos em frente, preocupados exclusivamente com a construção de outro caminho, no qual não haveria necessidade de nos rastejarmos (bandas) aos grandes empresários da cultura.


***

Começou Abril, e sentíamos que era hora de parar e refletir tudo que tínhamos feito nos últimos meses, era hora de nos auto-avaliarmos. Duas grandes reuniões, que depois denominamos de ASSEMBLÉIAS GERAIS, ocorreram, estas tinham como pauta a aprovação do Estatuto da OCT, que funcionaria como uma espécie de um “contrato” interno entre todos os associados, garantindo o respeito às diferenças entre os associados e uma maior transparência em nossas ações. Tudo ocorreu muito bem, e além de termos saído com um Estatuto aprovado, todos podemos refletir sobre os erros e acertos dos primeiros meses, e visualizar o que poderia ser feito futuramente.

Mandala Soul no Luau do Calouro UFMT:


Antes mesmo das Assembléias, a OCT pela primeira vez deu as caras na UFMT, numa parceria com o DCE (Diretório Central dos Estudantes), no “Luau do Calouro”(4/4). Grande noite, com cerca de 500 pessoas e com grandes shows das bandas Vênus de Milo, Vitrolas Polifônicas, Batuquenauá, Mandala Soul, Pé-Rachado e os Porras Lokas e JahShamã. Alguns dizem que foi o melhor evento do ano, na UFMT, e na minha opinião humilde opinião, foi sim!!! Naqueles momentos ficamos todos empolgados, como mostra muito bem o trecho abaixo da resenha do evento:

“Enquanto tocava no meio do povão o Batuquenauá, Mandala Soul – a quarta banda da noite – já se preparava em palco. Trouxeram uma grande estrutura: percussão, cubos específicos de baixo e guitarra, mais microfones, além dos que já tinha (que não eram poucos) e músicos com muita experiência e bagagem. A banda, muito conhecida e “reconhecida” em Cuiabá, já tem um público formado. Ao informar o público que após o Batuquenauá era Mandala, o público enlouqueceu e muitos já se aglomeravam na frente do palco. No inicio da primeira música, quase não dava mais para andar no local. Público dançando, cantando, banda muito precisa na execução e os anos de bagagem que cada músico tem nas costas foram notórios! Destaque ao baterista Frog e aos solos de Barero. Na última música “Sandrão” em participação especial, somou-se ao percussionista e juntos levaram o show aos céus. Além da participação de “Sandrão”, Tom, com o seu saxofone mandou vê e no final de tudo só foram aplausos. Parabéns Mandala!”

Público na aglomerado na frente do Palco:


LUAU DO CALOURO: O BARZINHO...


LUAU DO CALOURO: Cartaz de divulgação:


MATÉRIA SOBRE LUAU DO CALOURO (Diário de Cuiabá):
)

Resenha na íntegra do Luau do Calouro (Clique no Link)

Se o mês de Abril foi o mês de corrigir os erros e planejar o futuro, o mês de maio foi o momento de colocar a casa em ordem, como aconteceu com a banda Pleyades, que há meses estava atrás de um guitarrista solo, e na entrada de Cilésio Gunner, encontrou uma certa estabilidade (por alguns meses). Também no mês de maio, a OCT lançou sua primeira Coletânea, com canções das bandas Partenza, High School e Pleyades.

CAPA DA COLETÂNEA:


A "LOJINHA DA OCT":


Nos dias 12 e 13 de Maio também ocorreu o Amostra Grátis, e a OCT participou ativamente da produção do evento, e nos dois dias, várias bandas puderam se apresentar, como Zortin, Pleyades, Big Trip, Antiguidade Moderna (que havia acabado de entrar na OCT), Branco ou Tinto, JahShamã, Tocandira, Angústia, Inimitáveis e Heróis de Brinquedo. Na época chamamos aqui de um “Verdadeiro presente para as mamães”.

BIG TRIP no Amostra Grátis - essa dá saudades...


A finalização do 2 Trimestre de 2008 não poderia se mais calorosa que foi: Luau do Cavalo (6/6), Intervalo OCT (10/6) e São João na Babilônia (28/6). O luau do Cavalo, ocorreu na UFMT, e contou com os shows das bandas Branco ou Tinto, Raiva em Paz, Partenza, FDK288, Antiguidade Moderna, Inimitáveis e Jahshamã, além do apoio, é claro, do DCE/UFMT. Já o Intervalo, rolou, como de praxe, no Colégio Master,com a banda Antiguidade Moderna – grande dia! E o tão falado “São João na Babilônia”, que foi divulgado na internet, nos jornais impressos e até mesmo em no RMTV (Globo!), organizado em parceria com o Centro Acadêmico de História da UFMT, colocou as bandas Camilots (o retorno), Menorah, Pleyades e Mr. Barney e a banda de um homem só (lançamento).

LUAU DO CAVALO - arte 1:


LUAU DO CAVALO - arte 2:


ARTE DO "SÃO JOÃO NA BABILÔNIA":


Abril, Maio e Junho foram apenas três meses, mas para OCT, valeram por um ano!!!E assim, a segunda etapa de nossa jornada se foi, mas os frutos lançados ainda seriam colhidos mais a frente...


***


Se teve um momento em 2008 que foi marcado por grandes “turbulências” dentro do rock cuiabano, esse foi o 3º Semestre de 2008 - Julho, Agosto e Setembro. Nunca antes, haviam explodido tantos conflitos e discordâncias, que às vezes davam a impressão que se arrastavam por anos, somente esperando uma ocasião para virem átona, e foi o que aconteceu, mas vamos por partes:

PARTENZA NO ROCK NA CASA:


CARTAZ_ROCK NA CASA:


Inicio de Julho: embora o rock na cidade estivesse sob um clima festivo, em torno de eventos organizados por outros “grupos”, a OCT se encontrava com sua atenção voltada para a qualificação dos artistas associados, era o nosso “mês do rock”, não como realmente desejávamos, mas do jeito que podíamos, uma vez que as “condições financeiras” daquele momento, somente nos permitiam agir daquela forma. Naquele mês bandas fizeram ensaios fotográficos (Antiguidade Moderna), outras articulavam suas primeiras gravinas, e aconteceu o “Rock na Casa”, que não foi organizado pela OCT, mas pelas bandas Partenza e o High School, amplamente divulgado nos veículos da Cooperativa, como se fosse um evento da OCT (com direito até a topo no blog OCT), e apesar dos outros “grupos”, para não dizer “Grupão”, que organizou um evento paralelo com entrada gratuita e com banda nacional (tudo as custas do dinheiro público: ambições pessoais às custas da impessoalidade pública ), o evento foi um sucesso! Nesse mês ainda, a OCT ganhou manchete novamente no Correio-Varzeagrandense.

TÓPICO ABERTO NA FINADA COMUNIDADE DO CALANGO:


“DITADURA CULTURAL? ISSO TEM QUE ACABAR!”:


Todo esse clima de desconfianças, que se arrastava desde o surgimento da OCT, e tinha manifestado os primeiros sinais em Julho (evento paralelo financiado por dinheiro publico e bandas da Cooperativa procuradas por produtores para “reuniões secretas” recebendo propostas de abandonarem a organização em troca do “Éden”), teve seu estopim em Agosto, quando estourou uma “guerra virtual”, que de início envolvia Welliton Moraes, vocalista do Branco ou Tinto, que fazia alguns meses que havia saído da Volume (como outras tantas...), e a produtora Espaço Cubo – conflito conhecido como o caso das “comunidades”; mas com a exclusão incompreensível dos perfis no Orkut da OCT e Bruno Rodriguês, e posteriormente com o roubo da comunidade da banda Pleyades (hoje, Tiasques), por um integrante do “Grupão” (uma BANANA para aquele que dizer quem foi o autor do proeza!) , a OCT, depois de uma reunião com grande representatividade dos artistas associados, aprovou uma carta de denúncia, escrita por Bruno Rodriguês, em que pela primeira vez a cooperativa rompia o ‘silêncio’, e assumia uma posição contrária aos mandos e desmandos no rock cuiabano.

COMUNIDADE DO PLEYADES ROUBADA (Clique no Link para ler a matéria inteira):


ANÁLISE DE UM CERTO CONSELHEIRO DE CULTURA MUNICIPAL NO FÓRUM PERMANENTE DE CULTURA (observem a delicadeza):


A repercussão de toda essa “guerra virtual” se potencializou consideravelmente no momento em que outros agentes culturais de outros segmentos também rompiam o silêncio e passaram a denunciar certos “métodos” dentro do Fórum Permanente de Cultura. Era a virada de Agosto para Setembro, e a OCT tinha sido convidada a participar do Fórum, a sensação que dava era que a cultura estava divida em duas partes, a guerra à “hegemonia” tinha sido declarada, e de repente não somente nós estávamos dentro, mas também todas as antigas divergências do ‘Grupão’, que iam desde organizações inteiras a antigos artistas. Todos desabafavam, todos, independente das diferenças, desejavam mudar o cenário, não somente em Cuiabá, mas nacionalmente, como na matéria da revista Rolling Stones do mês de Setembro – “Festivais em Movimento” -, escrita por Adriana Alves, na qual trazia entrevistas com bandas conhecidas no meio independente como Ecos Falsos (SP), Terminal Guadalupe (PR) e Cabaret (RJ). Na seguinte entrevista, eram destacadas a falta de remuneração dos artistas que participam dos Festivais relacionados à ABRAFIN (Associação Brasileira de Festivais Independentes ) e a Brodagem – “toca no meu festival se for meu brother” (vulgo puxa-saco).


MATÉRIA DA ROLLING STONES:


O “RETORNO DOS DEBATES” NO FÓRUM PERMANENTE (Clique no link)

Se Setembro parecia romper um silêncio que estava entalado na garganta, também foi o mês do “Presente de Grego 2”, que aconteceu na Casa Cuiabana, dia 27 de Setembro, com os shows das bandas Paradise Horror Show (estréia na OCT), Antiguidade Moderna, Pé-Rachado e os Porras Lokas, Hum Reall (convidada) e Heróis de Brinquedo (convidada). O evento contou com uma grande divulgação, em cartazes, panfletos, matérias em jornais impressos, cobertura do “Programa Diversidade” (SBT) e divulgação do Programa Blitz MTV. Foi um grande momento, sem dúvidas. E Setembro não ficou por aí: ainda dentro do mês de Setembro Maximiliano Merege virou Colaborador do Blog OCT, Pleyades, depois de dois anos de banda, trocou o nome para “Tiasques”, Paradise Horror Show e Leão Sem Dentes, passaram a integrar oficialmente o time OCT, e Pé-Rachado e os Porras Lokas encontraram um baterista (que na época estavam procurando fazia meses), e de brinde (risos), mais um guitarrista (Junior Conan & Pedro).

PROGRAMA DIVERSIDADE NO PRESENTE DE GREGO 2:


HUM REALL NO PRESENTE DE GREGO:


PARADISE HORROR SHOW:


ANTIGUIDADE MODERNA:



CARTAZ DO PRESENTE DE GREGO 2:


Dessa forma, o 3º Trimestre se fechou, e muitas coisas foram ficando para trás, entramos a última etapa de 2008, em um contexto completamente diferente.


***


Nossa última jornada se inicia em Outubro de 2008, ainda com um clima intenso de debates, agora fortemente impulsionado pelas eleições municipais, que chegaram até o 2º Turno, na disputa do candidato à reeleição Wilson Santos (PSDB) e Mauro Mendes (PR). O envolvimento da cultura foi grande, principalmente dos “tradicionais” empresários do rock, que apoiaram diretamente o candidato à reeleição, e em um debate organizado com o mesmo, vários artistas, insatisfeitos com as regalias de determinados grupos, protestaram, e o próprio prefeito reconheceu que algumas coisas estavam “mal conversadas”, aceitando em mãos uma carta que foi elaborada por várias entidades, e lida na ocasião. O protesto tomou as capas dos jornais:





No mês de outubro ainda aconteceu o Amostra Grátis, realizado pelo Instituto Mandala, e com apoio da OCT, contando com os shows das bandas Kallima, Skarros, Angústia, Tiasques, Lynhas de Montagem, Tocandira, Pé-Rachado e os Porra Lokas e Branco ou Tinto. Uma grande noite! Além do Amostra Grátis, a OCT também acompanhou de perto o nascimento do “Cena Morta” e a realização do show da banda alemã “Desaster”, puxada por vários produtores da cena metal, entre eles o “Art underground”, “Vendetta Produções”, Circus Of Death, Cavernas Bar, dentre outros.

E no fim do mês, continuando a onda de hostilidades, mais uma vez a OCT teve que manchar seus veículos de comunicação, numa resposta obrigatória as calúnias levantadas pelo “Grupão”, que atacou com fofocas pessoais e levou uma boa dose (bem extensa) de “acusações políticas”.

CALÚNIAS DO GRUPÃO (quer ir para o inferno? Clique no link!)


OCT RESPONDE!


CARTAZ DO AMOSTRA GRÁTIS


Nessa última etapa também mais uma banda se somou a time: Sinimbu Stricknick, que já entrou organizando o “Festival Tapa na Cara”, no início de Novembro, que contou com os shows das bandas Tiasques, Sinimbu Stricknick, Seven Childs, Habitat Nocivo, Skarros, Pé-Rachado e os Porras Lokas e uma Jam Session com a ex-Lord Crossroad.

FESTIVAL TAPA NA CARA:


No início do mês 11, foi realizada a escolha dos delegados que fariam parte do colégio eleitoral para escolha dos Conselheiros Estaduais de Cultura. A escolha, bem...a chamamos depois de “Laranjada”, na qual os personagens principais, para surpresa geral, não foram os “agentes culturais”, mas as KOMBIS. Mas apesar de toda falta de ética de alguns, saímos satisfeitos com nossa primeira participação, que nos rendeu muitos contatos e um grande aprendizado.

O exército de protagonistas "laranjas" by Grupão:


Novembro também foi marcado pela volta do Base Oculta, com ex-integrantes do Partenza. A banda voltou com tudo, com site no ar, e com planos de gravações de novas canções, e shows no interior do estado, além de fazer parte do time OCT.



EVENTO NO 7 COPAS:


Um espaço de shows também foi inaugurado: a Casa das Tribos, no bairro Boa Esperança, na rua 49, no antigo 7 Copas – república tradicional de festas universitárias. De Novembro até o fim do ano, por lá aconteceram vários shows de bandas, com grande êxito.

No fim de Novembro tivemos o desprazer de ver a Reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso, proibindo o “Luau do Chico”, que seria realizado em parceria entre o DCE/UFMT e OCT. Tal proibição acompanhou uma resolução aprovada no CONSUNI (Conselho Universitário), que barrava a realização de eventos dentro dos Blocos e Centro Cultural, ou seja, os únicos espaços que existem condições físicas acessíveis para tal, sendo que outros espaços (Quadras ou estacionamentos), exigem maior “estrutura”, que é incompatível, tanto com a realidade financeira estudantil, quanto da maioria dos grupos culturais, de dentro ou fora da universidade.

SARAU SENTIMENTO DO MUNDO:


Mas se por um lado o “Luau do Chico” foi barrado, por outro, aconteceu com todo sucesso o “Sarau Sentimento do Mundo”, realizado pelo Canteiro de Obras, com a OCT na Coordenação da ala musical. Mesmo com uma estrutura de som inadequada para o estacionamento, que seria mais adequada para o pequeno palco no saguão do IL (proibido), ocorreu tudo bem, e além de ter passado um grande público durante a noite, durante o dia aconteceram oficinas, exposições de artes plásticas e intervenções teatrais.

Em Dezembro ainda tivemos o lançamento do 1º Ep do Pé-Rachado e os Porras Lokas – “Ou dá ou desce” - , no Black Dog, com 50 Cds produzidos, e tudo vendido em cerca de dias. A noite contou com shows das bandas Tiasques, Branco ou Tinto, Self Help e Aoxin. A realizou coube a Nildo (Mandala) e Cavernas Bar.

PÉ-RACHADO E OS PORRAS LOKAS:


O GRANDE DIA...


Já no finalzinho do ano, o Blog OCT (principal endereço virtual da cooperativa) ganhou novos reforços (Ronny e Renan Marx) e iniciou uma reforma, que daria conta não somente do visual do mesmo, mas resultaria na produção de outros blogs para bandas associadas à OCT.

CONFRATERNIZAÇÃO:


A OCT articulou uma reunião de avaliação de fim de ano entre todos os associados, e logo depois, terminamos o ano em uma amistosa confraternização.

Depois dessa longa retrospectiva do ano de 2008, nos resta colocar os dados na mesa com maior clareza:

1. EVENTOS REALIZADOS, APOIADOS E DIVULGADOS:
a) Eventos Realizados:
Presente de Grego, Lançamento oficial da OCT (Março), Rock Parque (Março), Luau do Calouro (Abril), Amostra Grátis (Maio), Luau do Cavalo (Junho), “São João na Babilônia” (Junho), Presente de Grego 2 (Setembro), Sarau Sentimento do Mundo (Dezembro) e quatro Intervalos OCT com as bandas High School, Vênus de Milo, Strauss, Antiguidade Moderna, Cachorro Doido e Partenza.

b) Eventos apoiados:
Rock na Casa (Julho), Festival Tapa na Cara (Novembro), Amostra Grátis (Outubro) e Black Dog (Dezembro);

2. BANDAS QUE TOCARAM NA OCT:
Paradise Horror Show, Tiasques, Base Oculta, Antiguidade Moderna, Sinimbu Stricknick, Hilayama, Pé-Rachado e os Porras Lokas, Camilots, Menorah, Raiva em Paz, Vitrolas Polifônicas, Zortin, High School, Partenza, Vênus de Milo, The Heavens Fall, Big Trip, Branco ou Tinto, Mandala Soul, Tocandira, Strauss, Cachorro Doido, Heróis de Brinquedo, Unrreal, Raizera, Jahshamã e Inimitáveis.

3. BANDAS QUE FAZEM PARTE DA OCT & PARCEIRAS:
a) As que estão: Paradise Horror Show, Tiasques, Base Oculta, Antiguidade Moderna, Sinimbu Stricknick, Hilayama, Pé-Rachado e os Porras Lokas, Camilots e Leão Sem Dentes;

b) As que são parceiras: Lynhas de Montagem, Branco ou Tinto, Mandala Soul, Tocandira e Mechanic Vision;

4. COM QUEM ATUAMOS EM 2008:
Instituto Mandala, Canteiro de Obras, Cena Morta, DCE, CAHIS/UFMT e Cavernas Bar; (6)

- Outros apoiadores: Site Undergroundcuiaba, AMAV e Terra do Sol.

5. QUEM ESCREVEU NOS VEÍCULOS DA OCT EM 2008 & ATUALMENTE QUEM COORDENA:
- Quem escreveu e contribuiu com o blog: Maximiliano Merege, Bruno Rodriguês, Roberto A, Barney, Renan Marx, Ronny Costa, Edson Santana, João Santana, Junior Pereira e Sandriane Dias;

- Quem atualmente coordena: Bruno Rodriguês, Ronny Costa, Maximiliano Merege, Renan Marx e Luciano Maehler.

6. O QUE MELHOROU E O QUE ESTÁ DO MESMO JEITO COM O SURGIMENTO DA OCT:
a) O que melhorou:
- Publicidade de novos artístas;
- Mais shows;
- Bandas com acervo fotográfico maior;
- Bandas com maior acervo audiovisual;
- Artistas com “portas abertas” para utilização dos endereços virtuais da OCT;
- Artistas e agentes culturais que se envolveram com a Cooperativa, muito mais maduros do que antes ao término de 2008;
- utilização de espaços físicos da Universidade Federal de Mato Grosso com uma certa freqüência;
- Várias bandas da OCT puderam formar um público fixo em 2008, como o Pé-Rachado e os Porras Lokas ou Antiguidade Moderna;

b) O que não mudou;
- ainda não foram encontradas alternativas para sustentabilidade dos artistas relacionados ao rock, embora os esforços da OCT tenha se direcionado prioritariamente a tal ponto;

- apesar da freqüência de eventos durante o ano, Cuiabá em 2008 não teve espaços físicos fixos, para bandas se apresentarem – os espaços existentes, com exceção de um ou outro, foram todos IMPROVISADOS;

- Em 2008 os artistas não estiveram unidos em torno de um interesse comum (sustentabilidade). O que aconteceu foi uma polarização: de um lado alguns se organizando por conta, buscando maior autonomia, e de outro, artistas abrindo mão da mesma autonomia, em detrimento de interesses financeiros dos grandes empresários da cultura.

E o incrível de tudo isso, é que depois de relatar o ano de 2008, segundo a OCT, em quatro partes, depois de a organização ter se envolvido direta ou indiretamente em quase 20 eventos (sem financiamento público ou privado), ter colocado para tocar 27 bandas, além da grande publicidade a vários outros eventos e bandas que nem estavam envolvidas com a cooperativa, depois de ter atuado diretamente com mais de seis entidades, de ter ganhado em várias ocasiões as capas dos jornais, programas de televisão, de ter entrado em 2008 praticamente no anonimato e sair do mesmo com um nome incontestavelmente consolidado, de ter entrado com 3 bandas associadas e sair com quase 10, para não dizer que o número de colaboradores cresceu umas 4 vezes, “O” DONO DO ROCK CUIABANO e o bobalhão que até pouco tempo atrás se fazia cinicamente de neutro em seu site (nessa semana falou a que veio, FINALMENTE!), vêem e dizem que o ano de 2008 foi um fracasso para OCT!!! Rs... Acusações tão patéticas que nem merecem nem resposta direta, uma vez que os fatos dizem por si mesmo... No caso deste último a coisa é mais dramática ainda, em vista que o mesmo apareceu no meio de um conflito e ficava chorando o tempo todo em seu belo site dizendo que estava no meio do fogo cruzado (HAHAHHAHA), tentando promover a paz (parece até um agente da ONU!) colocando flyer’s de ambas as organizações. E perguntem a direção do site, já que do jeito que falam, parecem bem entendidos de eventos, coletivos, etc: o que fizeram em 2009? Bom que se declararam nessa semana, pois só veio a confirmar nossas suspeitas, que diga-se de passagem, já haviam desde a primeira semana, eram só mais uma peça no jogo...

Finalizando, esperamos que o ano de 2009 seja tão próspero e VITORIOSO como o ano de 2008 para OCT! Seguiremos nosso caminho, e não daremos mais passos em falso!

Obs. Como a OCT não quer ver ninguém fazendo "beicinho", nos próximos dias lançaremos um novo endereço virtual em homenagem aos grandes personagens do rock cuiabano, com publicação livre, inclusive para os "Lléo's" da vida... Aguardem!!!

* Por Bruno P. Rodrigues/Assessoria de Comunicação da OCT e Tiasques.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

OCT RESPONDE COM TRABALHO: RELATÓRIO DE ATIVIDADES DOS MESES SETEMBRO/OUTUBRO DE 2008.



Os meses de Setembro e Outubro foram momentos de “fortes emoções”. Não foram poucas as coisas que aconteceram nesses últimos sessenta dias, e o blog da OCT é expressão clara disso: quase 150 pots e mais de 10 mil acessos, que marcaram claramente o grande momento de “ebulição cultural” pelo qual passamos: novas bandas aderindo à OCT, Presente de Grego 2, a inclusão da OCT no Fórum Permanente de Cultura, a volta do Amostra Grátis, Antiguidade Moderna em estúdio, a “mudança” de Pleyades para Tiasques, Partenza no estúdio Coca Cola, parceria com o Programa Diversidade, Gravação do 1° Cd do Mão Dupla, nova formação do Pé-Rachado e os Porra Lokas, três Assembléias da OCT (além das reuniões periódicas em todas as quintas), Lançamento do Cena Morta, o Show do Desaster em Cuiabá, início da segunda fase do Documentário sobre o Rock Cuiabano, matérias na Revista Rolling Stones e Dinamyte, Branco ou Tinto concorrendo à categoria de banda revelação no Prémio Dinamyte, “Independência Rock”, dentre outros acontecimentos relacionados à OCT, direta ou indiretamente.


O blog chegando aos 40 mil acessos...

BLOG OCT: POSTS E ACESSOS


O blog OCT entrou no ar oficialmente em Novembro de 2007, mais especificamente, dia 11, daquele mês. De lá para cá, funcionou como uma das principais ferramentas de comunicação dos que compõe a OCT com o público maior. A ênfase, desde o princípio, foi o “artista”. A estratégia adotadas e o objetivo sempre ficaram muito claros, por exemplo: unem-se três bandas, estas criam um blog, e divulgam conjuntamente para seus fãs o endereço. Com o tempo, os respectivos fãs das bandas acessarão o blog, e nele, haverá informações sobre as bandas, de modo que tanto os fãs da banda “X” como “Y”, estarão possibilitados de conhecerem outros artistas. É uma forma limpa de se fazer “cena”. O blog está às vésperas de completar um ano de existência e já tem mais de 500 posts, se aproximando dos 40 mil acessos. Óbviamente, com a entrada de colaboradores no blog e com a ampliação do perfil daqueles que o acessam (desde universitários a escritores), o mesmo não poderia se restringir somente às noticias relacionadas às bandas da cooperativa (não que essa não tenha sido a MAIOR FATIA dos posts), mas incorporou na sua programação mensal, textos que variaram desde “dicas literárias”, matérias sobre a “história do rock”, a noticias de bandas de outras cenas e eventos variados. O resultado foi positivo (apesar de muitos terem amaldiçoado o que fizemos), tanto que os acessos, mês após mês, não pararam de subir!

Só nos meses de Setembro e Outubro, foram quase 150 posts e mais de 10 mil acessos! Os posts atenderam aos mais variados temas, mas predominantemente, às bandas associadas à Cooperativa, e até mesmo, a outros eventos que foram produzidos em Cuiabá no período, apesar de nunca termos nos colocado na obrigação de noticiar toda as movimentações, de “salvar a cena cuiabana”, como alguns grupelhos se auto-colocam... Ao contrário, em todos os posts estamos estimulando a DESCENTRALIZAÇÃO, o surgimento de novos agentes, de novos veículos, de novas comunidades, de novos trabalhos. Olhando o que acontece em Cuiabá, portanto, a OCT vai “contra a maré”. Nosso blog é uma ferramenta nossa, mas não queremos que seja a única ferramenta em Cuiabá, mas que seja uma possibilidade de várias, tanto ao público, como às próprias bandas.

NOVAS BANDAS ADERINDO À OCT

A OCT começou com três bandas. Depois de um tempo chegou a quase vinte bandas, e em Setembro e Outubro, depois de idas e vindas (normal quando se trata de uma organização composta por “não-funcionários” e de pessoas com diferentes objetivos de vida ou afazeres), a OCT recebeu de braços abertos as bandas Hilayama, Leão Sem Dentes, Paradise Horror Show e Sinimbu Stricknick, além de estarem quase aderindo a cooperativa, mais umas três bandas (que informaremos nas próximas semanas). Então nos perguntamos: por que as bandas aderem à OCT? Seria por que algo não vai bem com as outras “organizações” em Cuiabá ou por que foram convencidas das propostas de Cooperativa? Ou as duas coisas? São questões que por incrível que pareça, não são discutidas no seio de outros meios, às vezes por uma questão de orgulho, ou por mera demarcação política, que impede de verem que a realidade não é tão “linear e vazia” assim.

De qualquer forma, a troca de experiências já iniciou, e um exemplo claro disso, é a iniciativa do “Sinimbu Stricknick” de organizarem o “Festival Tapa na Cara”, que acontecerá agora em Novembro, no Centro Comunitário do Parque Cuiabá.

PRODUÇÃO DE EVENTOS E O “PRESENTE DE GREGO 2”


A OCT desde que surgiu até hoje, produziu vários eventos. Não que seja uma produtora, mas que não ausência de “produtoras honestas” no rock cuiabano, teve que assumir a direção e organizar alguns eventos, em que os artistas associados pudessem se apresentar e conseqüentemente se divulgarem. Também estimulamos e apoiamos a organização de outros eventos nesse tempo todo. Nos meses de Setembro e Outubro, os eventos que apoiamos (com divulgação ou força direta de trabalho) ou realizamos foram: Amostra Grátis, Cena Morta, Show do Desaster, Independência Rock e a realização do “Presente de Grego 2”. Em todos os eventos mencionados acima, demos cobertura plena na divulgação, mas o que foi realizado diretamente pela OCT, foi o “Presente de Grego 2”. O mesmo, aconteceu na Casa Cuiabana, no dia 27 de Setembro, e contou com os shows das bandas Unreal, Paradise Horror Show, Antiguidade Moderna, Pé-Rachado e os Porra Lokas e Heróis de Brinquedo. Inicialmente aconteceria no 20 de Setembro, porém, justamente no dia, caiu a famosa “chuva do caju” e como era local aberto, tivemos que transferir para a semana seguinte. O evento, como relatamos em várias resenhas no mês de Setembro, foi um SUCESSO: ótimos shows, uma estrutura de som bem elogiada, um público grande, cobertura do Programa Diversidade (SBT), divulgação no “Blitz MTV”, no site “Meu Palco”, além das várias notas em jornais, como o “Diário de Cuiabá” e “Folha do Estado”.



Por que a OCT não realiza três, quatro, dez eventos no mês? Primeiro, que não somos uma “produtora”, mas uma organização de artistas e colaboradores; em segundo lugar, em Cuiabá atualmente não existe espaço físico para a realização dos mesmos eventos, sendo que os mesmos, ou atendem um público específico demais, ou são espaços improvisados, como MUSEUS, etc. Se para alguns é uma questão de “capacidade”, para nós, OCT, é um problema muito mais grave e mais sério do que se imagina, pois se por um lado, é um momento em que dia após dia surgem mais bandas, agentes, por outro, não existe espaço suficiente para comportar todo mundo; se existem bandas ou agentes inconformados com esta situação, por outro, existem aqueles que querem deixar as coisas como estão... Esse é o tipo de problema que independentemente de organizações e suas diferenças, tem que ser resolvido, e a OCT está discutindo permanentemente essa pauta.

ASSEMBLÉIAS E REUNIÕES


Nesses dois últimos meses não foram poucas as reuniões que tivemos! Se aconteceu muita coisa, também conversamos muita coisa, e foi reafirmada a grande característica da OCT: Horizontalidade, ou seja, tudo passa por todos, sem “cúpula iluminada”. Nessas instâncias foram tomadas decisões importantes, como a adesão ao “Fórum Permanente”, o estabelecimento de uma cota mensal entre todos os associados para a aquisição do som ou mesmo, o apoio a várias iniciativas, como o “Documentário sobre o rock cuiabano”.

A decisão de engajar a cooperativa nas discussões do Fórum Permanente, sem dúvidas, foi a mais discutida internamente, uma vez que não estava nos planos da OCT se envolver em discussões sobre “políticas públicas”, Secretárias Estaduais ou municipais, ou mesmo “Conselhos”. Porém, mediante a conjuntura que se formou, em que as “máscaras da aristocracia cultural cuiabana” começaram a cair, a OCT não poderia ficar de fora, e decidiu entrar no embate. Mesmo não estando devidamente preparada, digo em termos de conteúdo, a OCT vai se preparando no decorrer do processo, e temos total lucidez que a nossa participação é legitima, e que mesmo com as provocações dos “donos da cena”, em que colocam palavras em nossa boca, de que “não nos envolveríamos com estado” e blá blá blá (acusação infame, já que no nosso próprio estatuto nós deixamos claro que a questão não é captalizar dinheiro público ou privado, mas “captalizar e depois não conseguir andar com as próprias pernas!), continuamos firmes e fortes. Aliás, todo mundo tem direito de participar dessas discussões, pois ainda elas não foram PRIVATIZADAS. Esse estranho incomodo expressado nos comentários infelizes que têm saído por aí, só confirmam essa pretensão meio “quixotesca” de dominar o mundo!


BANDAS DA OCT A MIL POR HORA: TIASQUES (EX-PLEYADES), ANTIGUIDADE MODERNA, PARADISE HORROR SHOW, PÉ-RACHADO E OS PORRA LOKAS, ANGÚSTIA, MÃO-DUPLA, CAMILOTS, SINIMBU STRICKNICK, DENTRE OUTRAS.

É como aquela velha frase: “enquanto os cães ladram, a caravana vai passando”, e é justamente a confirmação dela, que temos visto em Cuiabá, pois as bandas da OCT, depois de quase um ano de trabalho permanente, estão andando mais do que nunca com as próprias pernas. Vamos aos casos:

Já no início de Setembro, quem mudou de nome foi o “Pleyades”. A ocasião se deu no “Aniversário do Coxipó”. O motivo: já haviam cerca de três bandas com o nome “Pleyades” e isso poderia dar algum problema para banda. Nenhuma dessas outras três bandas estavam registradas, mas a banda decidiu mudar mesmo assim o nome da banda para “Tiasques”, palavra inca que significa “mensageiros”. A banda entendeu que o nome assimilava a nova fase vivida: rearranjo das músicas, NOVAS COMPOSIÇÕES, e articulação de novas gravações e um vídeo-clipe para início de 2009.


Alessandro, Juliano e Antonio - Tiasques.

Também quem não perdeu tempo foi o Antiguidade Moderna, que nesse intervalo de dois meses, fez dois shows (Presente de Grego e Amostra Grátis), ensaios fotográficos, novas composições e entrou em estúdio para a gravação do seu primeiro Ep – “Cena nova”. A banda hoje tem sido uns dos pilares da OCT, e a cada dia que se passa, acumula mais admiradores do seu trabalho.


Mão-Dupla na estrada e com Cd na mão

Lá no sudeste, quem tem trabalhado bastante, são os rapazes do “Mão-Dupla”, que nesse último mês, depois de vários meses de trabalho, finalizaram seu 1° Cd. De imediato, os garotos encaminharam para a Cooperativa as faixas (via-email) e links de vídeos. Já fecharam parcerias com estúdios e programas de televisão. Realmente, o “Mão-Dupla” é uma banda atitude, pois caíram no mundão com a cara, coragem e muito talento. Não estão presentes fisicamente na OCT, mas é um caso específico, pois todos nós da OCT, consideramos a banda como parte do que tem sido construído (inclusive o modelo de estatuto é inspirado no estatuto do “Instituto Mão-Dupla”).

Uma banda que também ganhou muito em Setembro/Outubro foi Pé-Rachado e os Porra Lokas, que com a recém entrada de Junior Conan e Pedro Lacraia, cresceu, e cresceu muito! Nesses dois últimos meses fizeram vários shows, apresentaram novas canções, e passaram a serem conhecidos e discutidos por todos da cena. Nas próximas semanas entraram em estúdio e gravarão seu primeiro Ep, chamado “Espírito de porco”.

Quem também tem estado em processo de composição e produção foram as bandas Camilots e Angústia. Esta última se apresentou no Amostra Grátis e Camilots ia se apresentar no “Independência Rock”, porém, com alguns problemas internos de integrantes, tiveram que cancelar o show. A discussão agora é fundir o Angústia com o Camilots, já que os integrantes das duas bandas são quase os mesmos, ou seja, Buiu, Shanel e Teka. O único elemento diferencial é o “japinha”, baterista do Camilots!

Em Setembro também tivemos boas surpresas, como a entrada de “Paradise Horror Show”, que fez sua primeira apresentação no “Presente de Grego 2”, e apesar das opiniões controversas (para uns não foi bom, para outros foi!), a banda continuou firme e forte, e atualmente tem sido acompanhada por um amigo músico, que está ajudando na produção da banda.

Outra banda que entrou na OCT, e foi a última, é “Sinimbu Stricknick”. A banda tem pouca mais de três meses e já está encabeçando a organização do “Festival Tapa na Cara”, que acontecerá lá no Centro Comunitário do Parque Cuiabá. A banda também tem ensaiado bastante e dado ênfase nas suas próprias composições. Ainda não estreiou, mas já tá tudo programado, e o grande dia será 8/11, no Festival.


O GRANDE RETORNO DOS DEBATES NO FÓRUM PERMANENTE


Quase que simultaneamente com a entrada da OCT no Fórum, houve o que muitos chamaram de “O grande retorno dos debates no Fórum...”. O desenho estava formado: de um lado o GRUPÃO, composto pelo Espaço Cubo/Volume, Cufa, Confraria dos Atores, alguns artistas de lambadão, entre outros (a quem diga que os mesmos, todos, têm sido beneficiados até em “regimes de urgência” pelo secretário Mario Olimpio). Do outro lado, cineastas, Institutos Culturais, antigos músicos, Dj’s, apresentadores de programa, escritores e vários outros.

A primeira reunião que a OCT participou foi uma reunião bem disputada, e ambos os grupos estavam em igual peso, em termos de pessoas, porém, em termos de representantes de entidades, era explícito o “fim da hegemonia do GRUPÃO”. E esse fim foi o que aconteceu nas outras reuniões que se sucederam. Hoje, depois de quase dois meses, a cultura está rachada: existem aqueles que querem manter as “mamatas” e aqueles que querem as mesmas condições de “incentivo” na hora de produzirem cultura. A OCT, como não poderia deixar de ser, está com o segundo grupo, e como todos, deseja mais do que nunca, o FIM do imperialismo cultural em Cuiabá! Reivindica o direito de existir, o direito de não concordar com a máxima do GRUPÃO: “ou está comigo ou é meu inimigo”.

APOIO DA OCT À REALIZAÇÃO DO DOCUMENTÁRIO SOBRE O ROCK CUIABANO.


A OCT, desde que foi lançado o documentário, se colocou a favor da iniciativa, entendendo que a mesma, com todos os dados levantados, serviria para ampliar e precisar o debate sobre o que concebemos como a “cena rock cuiabana”. Desde que foi lançando, em 15 de Agosto, a OCT tem dado cobertura direta para o que tem sido feito pela Comissão Organizadora do Documentário. Hoje, o mesmo já entrou na segunda fase, e inicia a terceira fase, com a realização de entrevistas com bandas, agentes culturais, filmagens de ensaios, etc. A OCT está acompanhando de perto a realização, e fará o que for preciso para dar certo, inclusive intervir para que os “donos da cena” não incorporem em suas teias, mais essa ação legitima e inédita, pois não queremos mais um documentário sobre a “história do mesmo grupo”, mas um material que contemple toda a diversidade, incomensurável, que é o Rock Cuiabano.

BRANCO OU TINTO CONCORRE A CATEGORIA DE BANDA REVELAÇÃO NO PRÉMIO DYNAMITE


Branco ou Tinto é uma banda parceríssima da OCT. Atualmente não compõe a OCT, mas participa até mesmo de reuniões e na discussão dos projetos da Cooperativa. Hoje, concorre na categoria de revelação do “Prémio Dynamite”. Nesses últimos meses a OCT também tem ajudado na divulgação do fato, e estamos todos na expectativa de um bom resultado, entendendo que é uma ocasião importante, já que a banda não está dentro dos grupos tradicionais, e esse bom resultado, será a evidência de um “novo ciclo”.



A bandas tem produzido permanentemente nesses últimos meses, chegando mesmo a participar do Blitz MTV, e tocado até em outras cidades. Se tem uma banda fora do, digamos assim, “GRUPÃO, e tem produzido muito, essa é o BOT.


AS MÁSCARAS CAINDO PERANTE O BRASIL: MATÉRIA NA “ROLLING STONES” E “DINAMYTE”


Nos últimos meses não foram poucas as criticas que foram feitas tanto a ABRAFIN, quanto a Espaço Cubo, tanto em Cuiabá, como em nível de Brasil. A primeira bomba foi a matéria publicada na “Revista Rolling Stones” do mês de Setembro, na qual haviam varias entrevistas de bandas, que faziam duras criticas a ABRAFIN (Associação Brasileira de Festivais Independentes ) e Espaço Cubo, um dos braços da mesma. Apontavam problemas como a “falta de remuneração” dos artistas que se apresentam, e as relações de “brodagem”, ou seja, “sua banda toca no meu festival, se você tiver outro festival para minha banda tocar”. A matéria, apesar de trazer a insatisfação de várias bandas, que todos tínhamos como satisfeitas com o atual cenário independente brasileiro (por exemplo “Ecos Falsos”), não foi a primeira critica a ABRAFIN, pois no início do ano outra matéria saiu no Folha do Estado de São Paulo, seguindo a mesma linha.

As grandes falhas da ABRAFIN são coisas que todos sabem que existem, mas só abrem a boca quando já estão de fora do “panelaço”, ou então, se saturaram do “ou está comigo ou é meu inimigo”.

Depois de quase um mês, saiu no site da Dynamite uma matéria organizado por Humberto Finatti, com o título: “A fogueira das vaidades”. Na mesma foi relatado a grande insatisfação de bandas excluídas da “brodagem” da ABRAFIN, e os rachas que têm sido vistos a “olhos nus”, como por exemplo, da banda Los Porongas (antiga parceira do GRUPÃO) com Macaco Bong, que hoje nem ao menos trocam palavras. Dentre outras acusações que o Espaço Cubo recebeu, uma delas está no fato de não se preocuparem com “arte”, mas com seus interesses políticos, coisa que os iguala aos velhos BUROCRATAS DIREITONAS que bem conhecemos...

Ainda no “Fogueira das vaidades”, foi relatada a organização paralela do Festival Chico Pop, no Rio Branco (ACRE), em que no dia seguinte aconteceria do “Festival Varadouro”. O “Chicão” teve sua programação montada somente com bandas EXCLUÍDAS da programação do Varadouro. Fato que excluiu qualquer tentativa de reduzir a importância da realização do mesmo, às vésperas do Varadouro.

Muitas já apontam para a construção de uma nova organização, outros, para o racha da ABRAFIN, a OCT ta apostando na primeira hipótese, juntamente com seus contatos nacionais...

REELEIÇÃO DE WILSON: O QUE CONTINUA.


Na história do Rock cuiabano, nunca, nunca mesmo, uma organização apoio explicitamente um candidato à prefeitura. Já tivemos casos de agentes se envolverem com “política eleitoreira”, mas quando era assim, eram agentes que davam seu nome de forma isolada, e ainda assim, ligados a siglas partidárias que supostamente estavam relacionadas à esquerda. Pois bem, além das organizações “neo-nazistas” que apóiam os “partidos direitonas”, o que mais resta? Em Cuiabá, não temos nenhuma organização neo-nazista (ainda bem!), mas por outro lado, temos os antigos partidos de esquerda que hoje pularam para o outro lado (caso do PC do B, etc) e na cultura, o Espaço Cubo, que apoiou diretamente o candidato a reeleição Wilson Santos. Nada contra que as pessoas tenham suas convicções políticas pessoais, e que levantem bandeiras, afinal, todos levantamos bandeiras, e seria hipocrisia de nossa parte ficar afirmando neutralidade, que no nosso caso, também não existe, principalmente no meu caso, Bruno, que sempre deixei claro minha posição favorável ao VOTO NULO. Mas nesse caso, tudo é muito hilário! Há dois anos, por exemplo, o mesmo grupo e várias pessoas que lá estão, estavam no CLTP (Comitê de Luta Pelo Transporte Público), lembram? Alguns eram até linha de frente, mobilizavam manifestantes em suas próprias escolas, e puxavam palavras de ordem... e hoje? “Wilson é o Lula de Cuiabá?” tsc tsc tsc Wilson distribuiu renda? Wilson congelou a tarifa de ônibus? O que aconteceu nesse pequeno intervalo de dois anos? Será que Wilson agora é socialista? Ou será que o grupo referido resolveu assumir sua essência direitona?


CLTP na Barão de Melgaço em 2006.

Enfim, com a vitória de Wilson, provavelmente Mario Olimpio continuará na Secretária de Cultura, mas o que não podemos deixar continuar são esses privilégios irrestritos aos “parceirões” da prefeitura, que falam falam falam de “independência”, mas na hora de mostrarem isso, fazem justamente o contrário, aí vêm com aquelas redefinições bizarras de que “independência é eu escolher as bandas que tocam no meu festival, etc ”. Pode escolher a banda que toca no seu festival, mas na hora de votar, não pode escolher...

Enfim, terminando esse longo texto, gostaria de ter deixado claro o RENASCIMENTO da OCT, que hoje está mais fortalecida do que antes, e com uma base muito mais coerente.

No mais, até o próximo relatório! Esse demorou, mas saiu!

Um forte abraço a todos(as)!

Bruno P. Rodrigues/Assessoria de Comunicação da OCT, historiador e vocalista do Tiasques.